sábado, dezembro 31, 2011

Crítica do Filme 'Histórias Cruzadas'

★★★★ Estupendo...

Apesar dos USA terem sido o primeiro país a abolir oficialmente a escravidão em 1865, é possível ver até hoje que ainda existe muito preconceito no país. Baseado no livro homônimo de Kathryn Stockett, o filme retrata de forma envolvente e emocionante a segregação racial que acontecia no USA na década de 60.

Mississipi, década de 1960. Skeeter (Emma Stone) acabou de terminar a faculdade e sonha em ser escritora. Ela põe a cidade de cabeça para baixo quando decide pesquisar e entrevistar mulheres negras que sempre cuidaram das "famílias do sul". Apesar da confusão causada, Skeeter consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis), governanta de um amigo, que conquista a confiança de outras mulheres que têm muito o que contar. No entanto, relações são forjadas e irmandades surgem em meio à necessidade que muitos têm a dizer antes da mudança dos tempos atingir a todos.

A história do filme é engraçado, mas não se enganem, por mais que filme tenha elementos engraçados, ele não deixa de ser complexo, afinal apresenta complicadas situações sociais e violência doméstica tristes, que toca facilmente qualquer pessoa que for assistir. As relações do filme entre as empregadas e as patroas são muito bem explorada, e um trunfo do filme é justamente mostrar que nem todas as patroas são preconceituosas. Com mais de duas horas e meia de projeção o filme é tão bem feito que em nenhum momento acaba se tornando cansativo, pelo contrário, poderia ficar rolando, por alguns minutos.

O filme é carregado com maestria por todas as atrizes. Apesar de Emma Stone não ter sido indicada pelo seu trabalho em Histórias Cruzadas é importante destacar sua atuação, aliás, mais uma ótima atuação. A jovem atriz, que estará no reboot de Homem Aranha, sabe escolher muito bem os papéis para interpretar. Stone segura as pontas como a escritora com potencial, está engraçada e sarcástica, e possui um ótimas química ao lado das outras atrizes.

Viola Davis que impressionou o público e a crítica nos poucos minutos em que apareceu no filme A Dúvida, está com uma atuação de tirar o fôlego. Todos os adjetivos podem ser dados a sua atuação. Excepcional, poderosa, marcante e por aí vai. Davis deverá ser indicada, e até poderia receber o prêmio de melhor atriz, mas temos esse ano Meryl Streep em A Dama de Ferro, que deverá levar, uma vez que já conquistou toda a crítica. Não faltarão oportunidades para Davis ganhar!
Octavia Spencer é outra que merece destaque. Competente, deverá receber merecidamente uma indicação para coadjuvante. Acredito que não tenha tantas chances de ganhar como Davis, mas merece reconhecimento. Simpática e divertida, sua personagem é uma das mais engraçadas, e é ao lado das ótimas Bryce Dallas Howard, como a principal vilã, e Jessica Chastain (A Árvore da Vida) que o filme entrega uma parceria divertida.

Histórias Cruzadas foi realmente uma surpresa. Vai ser um filme que receberá indicações ao Oscar, assim como recebeu ao SAG e Globo de Ouro. Apesar de ter feito um sucesso nos USA, infelizmente por aqui não está recebendo seu devido reconhecimento. Com uma história emocionante e marcante, e com atuações maravilhosas, o novo filme de Tate Taylor acaba se tornando uma grande dica de bom filme!

Crítica do Filme 'Soul Surfer - Coragem de Viver'

★★★ Não preciso que seja fácil. Apenas possível!

A maior parte dos filmes baseados em fatos reais sempre tende a cair no melodrama, afinal, isso é comum em jornadas de superação. O maior trunfo do filme é justamente se afastar do melodrama e passar de maneira simples, mas emocionante, a história impressionante da surfista Bethany Hamilton.

Bethany Hamilton (AnnaSophia Robb) é uma adolescente apaixonada pelo surfe, o que a transformou numa campeã do esporte. Mas um dia sua sorte mudou e ela foi atacada por um tubarão, que arrancou um de seus braços. Apesar de parecer que tudo estava perdido, com o apoio dos pais (Dennis Quaid e Helen Hunt), da melhor amiga Sarah (Carrie Underwood) e das inúmeras cartas que recebe dos fãs, Hamilton cria coragem e junta forças para reaprender a pegar onda, respeitando seus limites, mas nunca abandonando sua vocação de vencedora.

O filme é bem família e leve de certa forma, a cena do ataque do tubarão é bem rápido, pouco dramático, mal dá para ver o animal. Com uma direção com altos de baixos, um roteiro cheio de furos, acabam fazendo do filme uma Sessão da Tarde. O filme não tem um público ideal para atingir, apenas quer contar a história, a vida de Bethany depois do ocorrido e como ela superou tudo. Muito se reclamou da questão da religião que aparece em peso no filme, mas isso não incomoda, porque faz parte da vida da família Hamilton, se tornando dessa forma parte do filme.

O elenco principal, AnnaSophia Robb, Helen Hunt e Dennis Quaid estão ótimos em seus papeis. Acredito que o mais fraco seja Quaid. Enquanto Hunt entrega mais uma ótima atuação, o filme é carregado com maestria pela jovem talentosa e carismática AnnaSophia Robb. É difícil interpretar papeis como este e acertar na atuação e é justamente isso que Robb faz. A Bethany que ela constrói é realista, humana, forte e comovente, a atriz é simplesmente natural, e consegue fazer o expectador acreditar que está assistindo a própria Hamilton. A menina vai longe!

Soul Surfer - Coragem de Viver conta uma história de vida forte e emocionante, que passa uma mensagem positiva e igualmente bonita para qualquer um que assistir ao filme. Infelizmente acaba pecando na direção, mas acerta nas atuações. Vale a pena conferir, só para conhecer melhor a história inspiradora da Bethany Hamilton.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Homeland - Vale Cada Minuto

Série do Showtime revelá-se ser um bom drama e um ótimo thriller!

Carente de uma boa série depois do final de temporada de Game of Thrones, e depois que Modern Family e The Walking Dead entraram em recesso de fim de ano, resolvi dar uma chance a série do Showtime. A verdade é que, para ser sincera, era para eu ter acompanhado a série desde sua estreia, mas por falta de tempo acabou que só agora eu pude conferir este drama espetacular, recheado de personagens complexos e que conta com um elenco que entrega atuações esplêndidas.

Homeland - traz Claire Danes como Carrie Mathison, uma agente da CIA que recebe de um contato a informação de que Abu Nazir, o terrorista mais perigoso aos olhos dos USA, havia convertido um prisioneiro de guerra. Dez meses depois, o sargento da marinha Nicholas Brody é achado pelo exército americano no quartel-general de Nazir, onde esteve nos últimos 8 anos. Claro que Carrie faz a ligação entre os dois casos e suspeita de que Brody venha a cometer algum atentado no seu país de origem.

É interessante a complexidade e dualidade tanto da personagem da Claire Danes como a do Damian Lewis. No caso da personagem de Danes, quando ela revela sofrer um tipo de transtorno de humor e tomar um remédio 'sossega leão', que ninguém sabe para não comprometer suas permissões na agência. Na hora de manipular para conseguir o que deseja, mesmo que se arrependa depois, faz da personagem ser bastante interessante. Claire Danes a carrega com maestria. Ótima atriz que sempre foi, Danes consegue alternar os momentos de Carrie, uma hora ela é completamente instável, em outras é bem calma. Sou grande fã da atriz, e particulamente sinto falta dela nas telonas, mas esta nova fase de Danes na TV, é um presente que o Showtime dá para qualquer fã.

Damian Lewis é igualmente competente, assim como seu personagem. Sargento Brody demonstra emoções que pode ser consideradas de um traidor, como a personagem de Danes desconfia, assim como também pode ser consideradas de uma pessoa que passou 8 anos em cativeiro e sendo torturado. Sem falar que interessante ver como será sua percepção do mundo, de sua família, agora que retornou. É incrível como a série implanta essas dúvidas no expectador. Lewis merece um crédito enorme. Cada cena de seu personagem é tão bem interpretada. Desde uma simples respiração ofegante, até seu movimento corporal fazem parte de um conjunto do personagem, e são essas ações e o talento do ator, que causam essas dúvidas no expectador.

Outra que merece destaque é Morena Baccarin. Jessica, esposa do sargento Brody, que sem saber que seu marido estava vivo ou morto, se envolveu com o seu melhor amigo, seu relacionamento complicado com a filha mais velha, esses segredos que ela não revela. A atuação de Baccarin é comovente, é fácil do expectador se importar com Jessica, mérito da atriz que estava ótima em V.

O ambiente da CIA, de como trabalham, o que fazem, é bastante interessante, e a série trabalha muito bem nesse ponto. Outro ponto a favor da série é que ela não se limita a dizer que são os vilões e os heróis, ao mesmo tempo em que os agentes americanos lutam contra o terrorismo, é também mostrado os bastidores da CIA, nem tudo são flores por lá. E isso é ótimo, afinal nada melhor que assistir algo mais real na telinha.

Em meio a decepções como a 6 ª temporada de Dexter, é muito bom ver uma série competente. Homeland é uma mistura de drama com política junto com uma espécie de controle psicológico, assim como é um thriller bem feito, que merece e deve ser visto!

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Conheça os indicados ao Globo de Ouro 2012 e ao SAG Awards 2012

Histórias Cruzadas, The Artist e Modern Family lideram!

Tanto o Globo de Ouro quanto SAG Awards são conhecidos por serem termômetros do Oscar. O Sindicato de Atores de Hollywood anunciou os indicados ao seu prêmio no14 de Dezembro, enquanto foi anunciado hoje, 15, a lista do Globo de Ouro. Diferente do Globo de Ouro, votado por jornalistas, o SAG tem entre seus membros as mesmas pessoas que votam em várias categorias do Oscar - fazendo-o um termômetro mais preciso da Academia. A entrega dos prêmios acontece em 15 de janeiro (Globo de Ouro) e 29 de janeiro (SAG 2012). A cerimôncia de premiação do Oscar será no dia 26 de fevereiro!

Confira a Lista de Indicados ao SAG 2012

Cinema

Melhor elenco
  • Missão Madrinha de Casamento
  • The Artist
  • Os Descendentes
  • Histórias Cruzadas
  • Meia-noite em Paris
Melhor ator
  • George Clooney - Os Descendentes
  • Demian Bichir - A Better Life
  • Leonardo DiCaprio - J. Edgar
  • Jean Dujardin - The Artist
  • Brad Pitt - O Homem que Mudou o Jogo
Melhor atriz
  • Michelle Williams - My Week With Marilyn
  • Glenn Close - Albert Nobbs
  • Viola Davis - Histórias Cruzadas
  • Meryl Streep - A Dama de Ferro
  • Tilda Swinton - Precisamos falar sobre o Kevin

TV

Melhor elenco de dublês em série
  • Dexter
  • Game of Thrones
  • Southland
  • Spartacus: Gods of the Arena
  • True Blood

Melhor elenco em série dramática
  • Boardwalk Empire
  • Breaking Bad
  • Dexter
  • The Good Wife
  • Game of Thrones
Melhor elenco em série cômica
  • Modern Family
  • 30 Rock
  • Glee
  • The Big Bang Theory
  • The Office
Melhor ator em série dramática
  • Steve Buscemi - Boardwalk Empire
  • Bryan Cranston - Breaking Bad
  • Michael C. Hall - Dexter
  • Patrick J. Adams - Suits
  • Kyle Chandler - Friday Night Lights
Melhor atriz em série dramática
  • Julianna Margulies The Good Wife
  • Glenn Close - Damages
  • Kathy Bates - Harry’s Law
  • Jessica Lange - American Horror Story
  • Kyra Sedgwick - The Closer

Confira a Lista de Indicados ao Globo de Ouro 2012

Cinema

Melhor filme (drama)
  • Os Descendentes
  • Histórias Cruzadas
  • A Invenção de Hugo Cabret
  • Tudo pelo Poder
  • O Homem Que Mudou o Jogo
  • Cavalo de Guerra
Melhor filme (musical / comédia)
  • The Artist
  • Missão Madrinha de Casamento
  • My Week With Marilyn
  • Meia-Noite em Paris
  • 50%
Melhor ator (drama)
  • George Clooney - Os Descendentes
  • Leonardo DiCaprio - J. Edgar
  • Michael Fassbender - Shame
  • Ryan Gosling - Tudo pelo Poder
  • Brad Pitt - O Homem Que Mudou o Jogo
Melhor atriz (drama)
  • Glenn Close - Albert Nobbs
  • Viola Davis - Histórias Cruzadas
  • Rooney Mara - Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres
  • Meryl Streep - A Dama de Ferro
  • Tilda Swinton - Precisamos falar sobre o Kevin
Melhor diretor
  • Woody Allen - Meia-Noite em Paris
  • George Clooney - Tudo pelo Poder
  • Alexander Payne - Os Descendentes
  • Michel Hazanivicous - The Artist
  • Martin Scorsese - A Invenção de Hugo Cabret

TV

Melhor série (drama)
  • Boardwalk Empire
  • American Horror Story
  • Boss
  • Game of Thrones
  • Homeland
Melhor atriz em série dramática
  • Claire Danes - Homeland
  • Mireille Enos - The Killing
  • Julianna Margulies - The Good Wife
  • Madeleine Stowe - Revenge
  • Callie Thorne - Necessary Roughness
Melhor ator em série dramática
  • Bryan Cranston - Breaking Bad
  • Steve Buscemi - Boardwalk Empire
  • Damian Lewis - Homeland
  • Jeremy Irons - The Borgias
  • Kelsey Grammer - Boss
Melhor série (comédia / musical)
  • 30 Rock
  • Episodes
  • The New Girl
  • Glee
  • Modern Family
  • Enlihgtned

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Filmes de 2012: Parte 1

Diante da minha falta de criatividade de escrever um post 'decente' e isso inclui fazer críticas, me peguei pensando em quais filmes eu estava mais ansiosa para assistir em 2012. São tantos que eu nem me dei conta, dois deles já são do Mestre Steven Spielberg. Desculpem-me se me esqueci de alguns.


A Invenção de Hugo Cabret

Baseado no livro de mesmo nome, A Invenção de Hugo Cabret é o primeiro filme em 3D do Martin Scorsese. Se ainda não está convencido para ir assistir, bom o filme é estrelado por Ben Kingsley, Jude Law, Chloe Moretz e Asa Butterfield. Ainda não?! Bom, ele é um dos livros mais lindos que já li, é um verdadeiro presente para os apaixonados pela 7º Arte!

Dark Shadows

Mais um filme de Tim Burton em parceria com Johnny Depp?! Yes, Please!! O filme é baseado em uma série que gerou certo fenômeno de culto nos USA. Exibida entre 1966 e 1971, tinha muito elementos de terror gótico, com cenários espetaculares, argumentos imaginativos e a presença de vampiros, lobisomens, monstros, feiticeiros e viagens no tempo. Além de Depp, temos Helena Bonham-Carter, Chloe Moretz (again?! :) ) e Michelle Pfeiffer!

Cavalo de Guerra

O filme é um conto de lealdade, esperança e tenacidade ambientado na arrebatadora paisagem da Inglaterra rural e da Europa durante a Primeira Guerra Mundial. Só a sinopse já diz: Filme Potencial do Oscar!!! Mas não é só a sinopse que diz; o diretor é Steven Spielberg, a trilha sonora é assinada por John Williams (Tubarão, Star Wars, E.T. - O Extraterrestre), ou seja, Oscar, Oscar e Oscar!!!

As Aventuras de Tintim

Olha o Steven Spielberg (sim, sou mega fã dele)!!! Além dele, Peter Jackson também participa e Jamie Bell, conhecido pelo ótimo Billy Elliot, vive o protagonista. Agora fala, existe um ser que não conheça e ame a obra de Hergé?! Espero que não e aos que não conhecem... Vá agora conhecer!!!

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Crítica do Filme 'Deixe-Me Entrar'

A inocência morre. Abby não.

Remakes de filmes estrangeiros são praticamente desnecessários, geralmente feitos para dá uma nova roupagem a filmes antigos ou para traduzir um bom roteiro de filmes estrangeiros para o mercado americano, só que nunca conseguem ficar a altura da obra original. Sabendo disso é prazeroso descobrir que a obra de Matt Revees está a altura do clássico Deixe Ela Entrar.

Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto de 12 anos sempre satirizado pelos garotos de escola e negligenciado por seus pais. Com tanta solidão, Owen passa os seus dias planejando a vingança e as noites espiando o que acontece na vizinhança. Abby (Chloe Moretz), menina independente que mora com seu silencioso 'pai' (Richard Jenkins), se torna sua única amiga. Frágil como Owen, Abby só aparece a noite, sempre descalça, aparentemente imune à neve do inverno. Quando uma série de assassinatos coloca a cidade em alerta, e seu comportamento bizarro faz o garoto pensar que Abby esconde algum segredo obscuro.

São poucas as coisas que a refilmagem de Deixa Ela Entrar tem de diferente de sua antecessora. A refilmagem está mais para uma releitura americana, e é incrível como a única coisa que mostra isso são os atores falando inglês. A fotografia crua e queimada relembra fotografias de filmes europeus, o tom lento que filme ganha só comprova o bom trabalho que Revees fez ao dirigir o filme. Ele também merece receber créditos por ajudar o roteirista original a escreve o roteiro. Reeves ajudar a dar ênfase nas cenas de Bullying, diferente do original, o remake mostra cenas cruéis de violência física e psicológica, e ao mesmo tempo em que os roteiristas dão ênfase neste ponto também dão no romance, na paixão infantil que Owen sente por Abby.

Outro ponto diferente de sua obra original é a figura 'paterna' que dão ao guardião da vampirinha. No filme americano fica claro que o personagem de Richard Jenkins é mais do que um simples guardião. A realidade é que o personagem faz parte de um longo ciclo em que ele ajuda a vampirinha na hora de conseguir seus alimentos, e é esse mesmo ciclo que Owen parece entrar ao se apaixonar por Abby. Na versão original não dá para perceber isso, então a refilmagem ganha pontos por deixar claro a figura do homem misterioso e Jenkins apesar de aparecer em poucas cenas carrega um personagem de grande importância para a trama.

O acerto principal do filme, sem desmerecer toda a composição do mesmo, é a escolha dos dois atores para viver Owen e Abby. Kodi Smit-McPhee já se mostrou ser muito bom ator em A Estrada e Romulus, Meu Pai. Como Owen o ator é mais carismático que o seu antecessor e passa mais fragilidade, se mostrando confortável no papel. Owen é alienado pelos pais, que estão se divorciando e o diretor acerta em limitar a figura materna com uma falta de 'rosto' e a uma figura paterna limitada a um telefonema, isso sem falar do Bullying pesado que aceita calado, mostrando a solidão do personagem.

Chloe Moretz é igualmente competente e a que chama mais atenção. Diferente de sua personagem Hit Girl do ótimo Kick Ass, Chloe interpreta Abby como uma pessoa misteriosa, silenciosa e de olhar ambíguo. O rosto frágil da Chloe também ajuda na composição da personagem, ao mesmo tempo em que parece uma criança, percebe-se que Abby é bem mais velha. Chloe está espetacular, é incrível ver uma atriz tão jovem ser tão talentosa, e que só tem a crescer no cinema.

Deixe-Me Entrar não é nem pior e nem melhor que a obra original, pelo contrário ele o completa. Quem assistiu o clássico sueco vai gostar de assistir a versão americana que esclarece alguns pontos que não ficam claro no filme de 2008. É um remake surpreendente e apesar de ser tão marcante quanto a obra original, merece ser visto e apreciado, pois continua de forma americana, a beleza da história.

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Crítica do Filme 'Deixe Ela Entrar'

Filme de vampiro é uma metáfora da adolescência!

Filmes sobre vampirismo nos chamam atenção desde o eterno Drácula de Bram Stoker. Em tempos de Crepúsculo é difícil achar filmes que mostrem a verdadeira essência sobre estes andarilhos da noite, contudo no clássico contemporâneo Deixe Ela Entrar fica claro a presença da mitologia vampiresca para explicar nada mais que o ser humano.

A trama apresenta a história do jovem Oskar (Kåre Hedebrant), um jovem que sofre de Bullying no colégio e que se cansa dessa humilhação. Procurando meios para revidar, ele conhece Eli (Lina Leandersson), uma garota diferente que dividia características comuns com ele. Após uma série de assassinatos que ocorrem por lá, Oskar começa a observar o quanto Eli é diferente e descobre com ela o amor e a vingança.

Lendo a sinopse a ideia que sem tem do longa é que ele irá relacionar o vampirismo e o Bullying, mas não se enganem, o filme vai além desta relação. Está presente cenas de violência contra o Oskar, não são cenas fortes como vimos em sua refilmagem americana Deixe-Me Entrar (que merece ser assistida) e nem em Elefante de Gus Van Sant, mas o filme não se limita a ser um filme sobre o Bullying, até porque o tema é sério e com o elemento fantasioso como o vampirismo, o filme se afasta desta discursão e entra em outro ponto interessante, a adolescência.

O protagonista sofre de uma solidão comum nesta idade, mas no filme quase nem se quer vemos a figura materna e paterna do menino, e isso faz parte de uma estratégia do diretor, para que o expectador sinta a ausência que o protagonista sente, e é quando surge o vampirismo no filme. Eli vem como uma vampira que serve para explicar a adolescência, explicar o ser humano, e o filme é sutil neste aspecto. E o primeiro amor também está presente no filme, mas aqui ele é retratado de forma madura. A química entre os protagonistas Lina Leandersson e Kåre Hedebrant fica evidente em cada cena da película, as atuações dos atores são estupendas, em nenhum momento a carga dramática que lhe são dadas chega a ser artificial nas mãos destes jovens talentosos.

Devo destacar o ambiente e a fotografia que o diretor escolhe para retratar a trama. A fria Suécia cai como uma luva no filme e os objetos avermelhados em cada ambiente, em cada cena, marca a violência. A fotografia é maravilhosa, é belíssima, combinando com a forma lenta em que a história é contada.

Deixe Ela Entrar é um filme marcante, uma produção que consegue prender o expectador, com uma história que fixa na mente da pessoa que assiste. Ao mesmo tempo em que é um arrepiante e verdadeiro filme sobre vampiros, e acaba também sendo uma metáfora para a adolescência. Muitos não irão gostar, porém fica aqui uma criação de uma belíssima obra prima do cinema contemporâneo.

sábado, novembro 26, 2011

Crítica do Filme 'Harry Potter 7 – Parte 2'

Thank You, Harry!

Após sete livros e oitos filmes é difícil dá adeus a uma saga literária tão respeitada e amada criada pela escritora J.K. Rowling. Aprendi a gostar de ler graças esta maravilhosa obra, cresci ao lado de Harry, Rony e Hermione, e depois de 10 anos a luta entre o bem e o mal em Hogwarts chega ao fim. Sem mais aquela expectativa ano após ano de uma pré - estreia, infelizmente nos despedimos da saga do bruxinho Harry Potter, e com ela, um filme incrível que atinge as expectativas e mostra como se faz um épico cinematográfico.

Harry Potter (Daniel Radcliffe) e seus amigos Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson) seguem à procura das horcruxes. O objetivo do trio é encontrá-las e, em seguida, destruí-las, de forma a eliminar lorde Voldemort (Ralph Fiennes) de uma vez por todas. Com a ajuda do duende Grampo (Warwick Davis), eles entram no banco Gringotes de forma a invadir o cofre de Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter). De lá retornam ao castelo de Hogwarts, onde precisam encontrar mais uma horcrux. Paralelamente, Voldemort prepara o ataque definitivo ao castelo.

Desde que tudo começou em 2001, com a história do menino que sobreviveu, somos encaminhados este grande final da saga. Perdemos personagens importantes no decorrer dos filmes, personagens que se tornaram inesquecíveis. A mensagem principal da história criada por Rowling, sempre foi que o amor é a força motriz de tudo. Aprendemos aquela lição de que o bem sempre triunfa no final, mas é o amor o grande protagonista da série. Seja ele o amor de mãe, de um guardião ou um amor entre amigos. Afinal um amor ultrapassa barreiras e Rowling soube demonstrar isso em todos os seus livros da saga.

A série nunca esteve tão sem esperanças, as duas últimas partes da saga ganharam um novo tom: sombrio, obscuro, com cenas pesadas e dramáticas. David Yates, mantem o estilo mais realista adotado já por Alfonso Cuarón em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. A primeira parte ficou encarregada de preparar o expectador para as perdas e o final da saga, já a segunda parte fica encarregada de toda ação que existe no último livro. O roteirista Steve Kloves soube trabalhar muito bem os personagens na primeira parte e deixou para o final as grandes cenas de ação, sem jamais parecer cansativa ou fora de contexto. A ideia de dividir o filme em duas partes foi bem inteligente, e conseguiu, apesar de algumas mudanças, ser quase completamente fiel.

A maquiagem, figurino, efeitos e fotografia estão simplesmente belos. A trilha sonora de Alexandre Desplat sabe alternar os momentos dos filmes com tons suaves ao mesmo tempo com tons mais angustiante e tenebroso. E o elenco todo merece elogios, a começar pelo ótimo Alan Rickman (foto). Rickman carregou durante anos um personagem enigmático e complexo, um personagem que ninguém sabia ao certo se amava ou odiava, e que  surpreendeu a todos que leram o livro e que assistiram a este filme. Rickman dá um show de atuação, mesmo nas poucas cenas em que apareceu.

O mesmo pode ser dito por Ralph Fiennes. Desde o quarto filme da saga que ele interpreta Voldemort. Fiennes deixou para mostrar no final o quem é verdadeiramente Voldemort; um ser cruel, psicótico e que não possui nenhum amor. Quase irreconhecível Fiennes mostra seu talento como ator interpretando o grande vilão da série. O mesmo elogio pode ser feito a Helena Bohan Carter (foto). Helena fez uma Belatriz doentia e irritante. Desde sua aparição no quinto filme seu desempenho sempre foi excelente, e vale destacar a cena em que atriz se 'passa' pela Hermione, vamos dizer que Helena soube captar a essência da personagem criada ao longo dos filmes pela Emma Watson.

Outra veterana do mundo dos cinemas que merece elogios é Maggie Smith (foto). A professora Minerva McGonagall brilha neste último filme e compensa o tempo em que ficou 'apagada' nos filmes. Smith é uma atriz excelente e tê-la em um filme como coadjuvante é luxo que poucos têm, e finalmente souberam aproveitar o talento desta incrível e notória atriz, que sempre interpretou uma das professoras mais queridas de Hogwarts. A verdade é que a saga sempre possuiu um elenco coadjuvante recheado dos melhores atores e atrizes britânicos da última geração. Exemplo deles são Jason Isaacs, Gary Oldman, David Thewlis, Emma Thompson.
O trio principal nunca este tão bem. É possível ver a química entre os três. Nas partes sem falas, eles conseguiam representar sem nem precisar abrir a boca para falar, os três já conseguiam se comunicar quase que secretamente entre eles e com o público. Desde novinho Daniel Radcliffe (foto) interpreta Harry. Assim como o seu personagem cresceu ao longo dos filmes e livros, o ator fez o mesmo. Com uma atuação mais madura e emocionante, Daniel consegue passar para o expectador a angustia que Harry sente. As perdas e dores são finalmente demonstradas pelo ator de forma brilhante.

Rupert Grint (foto) foi outro que amadureceu, assim como seu personagem. Talvez o que mais cresceu ao longo dos anos. Rony já não é mais aquele garotinho medroso que conhecemos nos primeiros filmes de Harry Potter. Na Parte 2 vimos que o roteiro o colocou como 'inteligente' do grupo, surpreendendo Hermione em alguns momentos. Rupert está a vontade com seu personagem, e fica fácil acreditarmos que o personagem tenha ficado mais 'inteligente', mérito do ator que interpretou um personagem com pouca importância se compararmos com Harry e Hermione.

Mas a grande estrela da saga é a Emma Watson (foto). Sempre foi a mais espontânea e a que mais passa veracidade no papel. Sem Hermione, tanto Harry quanto Rony já estariam perdidos logo no primeiro filme, e atriz sabe passar isso para o expectador. Sempre escutamos que Harry e Ron não durariam dois dias sem ela, e isso é verdade, apesar de neste filme isso não ficar tão evidente. O que importa é que atriz, dos três, é a mais talentosa e possivelmente a que não será associada a personagem depois da saga.

Harry Potter 7 – Parte 2 chega ao fim e junto dele o final de uma saga tão amada e respeitada cinematograficamente. A saga cresceu no cinema e se tornou um marco de uma geração. Como já foi dito, é difícil dá adeus sem sentir um vazio por dentro, e é com lágrimas nos olhos que eu me despeço e agradeço a todos que fizeram parte deste mundo literário, cinematográfico e mágico criado pela escritora J.K. Rowling. E é com tema principal da série, criada por John Williams, ecoando na minha cabeça, que escrevo... Harry Potter é a partir de agora imortal!

quinta-feira, novembro 24, 2011

Crítica do Filme 'Amanhecer - Parte 1'

O casamento de Edward e Bella acabou sendo um evento satisfatório!

Quando Stephenie Meyer sonhou sobre uma garota, e um vampiro que estava apaixonado por ela, a autora jamais imaginou que seu livro seria o grande sucesso que é hoje. Explicar o sucesso é inútil, e assim como eu, muitos não o entendem, contudo a quarta e penúltima parte da saga dos vampirinhos que brilham, foi satisfatória.

Neste quarto episódio, com o iminente casamento de Bella (Kristen Stewart) e de seu amado vampiro Edward (Robert Pattinson), o lobisomem Jacob (Taylor Lautner) percebe que perdeu aquela que considera ser o amor da sua vida. Após o casal finalmente consumar sua relação em sua lua de mel no Rio de Janeiro, Bella acaba engravidando misteriosamente, colocando-a em perigo de morte dada a natureza excepcional da gravidez e sob a mira dos licantropos do grupo de Jacob, que vêem na vindoura criança uma ameaça futura.

O filme peca no aspecto em que o roteirista tenta fazer com que o expectador de fato entenda quase por osmose o que é um imprinting. Entendo que eles queiram fazer isso para aqueles nem não são familiarizados com a série, mas convenhamos, é muito pouco provável Crepúsculo ter uma audiência fora de suas fãs. Fazer um filme em que o principal foco seria um casamento/lua de mel entre uma humana e um vampiro chega a ser hilário, se não fosse os acontecimentos que viriam a surgir depois de 14 dias de casados. Quem poderia imaginar que um bebê poderia ser gerado entre tais seres, e que ele/ela seria o protagonista dos minutos finais do filme (os melhores por sinal), aja imaginação Meyer.

O masoquismo de Bella incomoda e muito. Se Bella é a 'heroína' da história, ela precisa de um tratamento urgente. Vemos exemplos de protagonistas femininas o tempo todo, mas nenhuma chega a ser tão absurdamente chata. A sensação que se tem é que a escritora queria matar Bella desde que pensou no 'casalzinho' e só não o fez para que as meninas tivessem uma figura feminina para se apegar (vamos combinar só doido para ter Bella como exemplo). Se a personagem ajudasse, mas nem isso a a protagonista criada por Meyer faz. Fica difícil para  Kristen Stewart fazer um trabalho competente, e sim, ela é um atriz boa, não ótima ou excelente, mas já fez alguns bons trabalhos, e ainda acho essa a sua melhor atuação na saga, mas entendam como 'melhor atuação', uma atuação satisfatória, principalmente nos minutos finais do filme. Vale prestar atenção na maquiagem da atriz quando está grávida, bem legal.

Se Kristen for colocada ao lado do Robert -boneco de cera- Pattison, ela parece ser a melhor atriz da nossa geração, porque a inexpressividade do ator é impressionante. Não tem expressão facial, não muda o tom de voz, nada! Como um ator tão ruim consegue papéis em filmes; porque a impressão é que ou o diretor ou estúdio o contratam por marketing e um péssimo marketing, porque nem as tão 'fieis' fãs conseguem fazer do filme que Pattison atua sem brilhar um campeão de bilheterias. Vá entender!

Para fechar a trinca de atores ruins que fazem parte da saga, o descamisado Taylor -lobinho- Lautner. O único rumo de filmes que vai da certo para ele serão os de ação, e o próprio ator sabem disso. O curioso é que se supostamente os dois atores principais namoram fora das telonas, porque a química entre a Kristen e Taylor é melhor?! Ainda é melhor ver o lobinho em cena do que o vampirinho que brilha.



A menção horrorosa do filme vai para a Anna Kendrick ('Amor sem Escalas'). Uma atriz tão talentosa não merece tão poucos segundos em cena e nem fazer parte de uma saga que não merece seus dotes artísticos.

Amanhecer – Parte I é até legal, principalmente nos minutos finais, e peço que fiquem até os créditos finais, que são bem bonitos do ponto de vista estético, mas com péssimas atuações e um conservadorismo pesado, fazem do filme chato, contudo este é (realmente) o mais satisfatório da saga. Pelo menos aqui eu senti o tempo passar!

quarta-feira, novembro 16, 2011

Crítica do Filme 'Hanna'

Conhecido pelos seus ótimos filmes de drama, Joe Wright faz um excelente trabalho no thriller de ação Hanna!

Joe Wright sabe o que faz quando pega para dirigir um filme de gênero drama. Nomes como Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação são duas obras que confirmam o talento do diretor. Imaginar um diretor de tal calibre fazendo um thriller de ação parecia impossível, só que Wright faz de seu primeiro filme desse estilo uma obra de qualidade e inteligencia.

Criada em um remoto local na Finlândia, Hanna (Saoirse Ronan) foi treinada por seu pai (Eric Bana) de modo a se tornar uma exímia assassina. Ao alcançar a adolescência, a menina está ansiosa para descobrir o mundo, mas é enviada para executar uma difícil missão: matar uma implacável espiã da CIA (Cate Blanchett), companhia da qual seu pai é ex-agente. Para conquistar seu objetivo, ela enfrenta muitas aventuras, viajando pela África e Europa, escondendo-se de agentes e assassinos profissionais. Logo, porém, Hanna nota que há muitos segredos envolvidos em sua missão. Segredos que envolvem sua própria existência

O filme parece um conto de fadas, com claras referências ao universo mágico dos irmãos Grimm. Mas também é uma reflexão sobre o mundo da adolescência. É brilhante ver esse contraponto no filme, mostrando o amadurecimento. Outro ponto positivo do filme é a fantástica trilha sonora. O The Chemical Brothers fez um excelente trabalho e confesso que fazia tempo que não gostava tanto de uma trilha sonora em um filme.

Se a história do filme não convence, de certa forma, imaginem se a protagonista não passasse veracidade; mas não é o caso da ótima Saiorse Ronan. Ela está simplesmente fantástica. E é aqui onde Wright ganha ainda mais mérito, afinal foi ele quem descobriu a Ronan ainda pequena (lembram-se dela em Desejo e Reparação, onde ganhou merecidamente, uma indicação ao Oscar). A atriz alterna os vários momentos da personagem de uma maneira brilhante e merecia mais outra indicação em seu currículo. Atriz excelente!

Se Ronan é brilhante, sua antagonista também teria que ser, e é aí que entra a ótima Cate Blanchett. Blanchett está irreconhecível como Marissa, uma líder de um experimento feito, pelo governo, em bebês, onde já trabalhou junto com Erik (Eric Bana) o pai de Hanna. Outro ponto que preciso comentar é a direção de arte e a fotografia do filme. Sempre mostrando os sentimentos que a personagem da Saoirse passa.

Infelizmente um erro do filme foi a escolha do Eric Banna. Um ator fraco que se colocarmos ao lado da Cate e da Saoirse podemos ver que foi uma escolha equivocada para o personagem. Ele é o elo fraco do grupo, e infelizmente é por causa dele que o filme não beira a perfeição

Hanna lembra uma fábula, em uns momentos o filme é frio e calculista, como um bom filme de ação, e em outros ele consegue ser uma metáfora da adolescência, se tornando um bom drama. É certo dizer que Hanna tem uma proposta intrigante, mas é um filme tão misterioso, que mostra uma atmosfera entre o sonho e um pesadelo que merece ser visto.

sexta-feira, novembro 04, 2011

Crítica do Filme 'Pânico 4'

What Your Favorite Scary Movie?

Em 1996 os gritos da então desconhecida Drew Barrymore ecoaram pelo cinema e marcaram uma das cenas clássicas do cinema de terror. Passado mais de uma década desde a estreia do primeiro Pânico, o diretor Wes Craven resolveu se reunir com o roteirista Kevin Williamson (do primeiro Pânico), e enfim fazer um novo filme do GhostFace, para uma nova década e mostrando que não é só de sangue, tortura e gritos (sem trocadilhos), que se faz um bom filme de terror.

Sidney Prescott (Neve Campbell) agora é autora de um livro de auto-ajuda, e retorna para Woodsboro na última parada de sua turnê para promover o lançamento. Lá, ela reconecta-se com o sherife Dewey (David Arquette) e Gale (Courteney Cox) - agora casados - assim como sua prima Jill (Emma Roberts) e sua tia Kate (Mary McDonnell). A volta do Anjo da Morte - apelido que os jovens dão para Sidney, por ela estar sempre presente nos assassinatos - também traz Ghostface, colocando toda a cidade de Woodsboro, em perigo.

O riso dentro do cinema vai ser inevitável, mas não é aquele riso de vergonha despertado por cenas ridículas dos atuais filmes de terror, Kevin Williamson e Wes Craven brincam com o que eles mesmos criaram. A franquia Stab criada no filme é o exemplo disso. O que mais se vê no cinema atual, seja com os gêneros de terror ou não, são as chatas sequências que geralmente nunca superam o original, e ver Pânico 4 brincar com esta fórmula logo no começo do filme é simplesmente hilário. Outro ponto a favor do filme são as piadas em torno das atuais redes sociais, ótimas. Mas o que faz de Pânico 4 uma surpresa são as críticas que ele faz aos valores atuais dos adolescentes, ou melhor, a falta deles, fazendo dele um dos melhores filmes de terror americano atualmente (perdendo apenas para o Deixe-me Entrar).

O trio principal do elenco original está de volta e nunca estiveram tão bem juntos. Neve Campbell está confortável em cena, afinal esta é a quarta vez que ela interpreta Sidney, e garante aqui sua interpretação mais sólida. David Arquette é outro confortável em cena, interpretando mais uma vez o desengonçado Dewey, e Courtney Cox, com um bizarro preenchimento labial, garante mais uma boa atuação do elenco original.

Os que mais se destacam dos sangues novos da franquia são as duas atrizes Emma Roberts e Hayden Paniettiere. Roberts no começo parece desconfortável, como sempre participou de comédias românticas dá para entender o desconforto da atriz no começo filme, mas no final a atriz nos brinda com uma atuação de tirar o fôlego, interpretando uma das melhores personagens de toda a franquia (perdendo apenas para o Billy). Paniettiere é a grande estrela, ficando com as melhores falas e interpretando a fã do gênero de terror no filme, acaba roubando todas as cenas em que aparece.

Pânico 4 é exatamente o que se diz no título do poster,'Nova Década, Novas Regras'. Levando em conta que desde último filme da franquia o mundo mudou, assim como os filmes de terror mudaram o novo Pânico não só traz o novo, como respeita tudo que foi criado na franquia original. É como Sidney fala quase no final do filme 'não mexa com o original'!

1- Quem é fã de séries, assim como eu, vai amar ainda mais Pânico 4. O filme está recheado de atrizes e atores de séries amadas e aclamadas pelo público e crítica. Alguns nomes conhecidos são Anna Paquin (True Blood), Aimee Teegarden (Friday Night Lights), Kristen Bell (Veronica Mars), Adam Brody (The OC), Lucy Hale (Pretty Little Liars)...