segunda-feira, março 28, 2011

Crítica do Filme 'Bravura Indômita'

Os westerns há trinta anos há atrás, reinaram nas telas do cinema Hollywoodiano. Clássicas histórias da figura do herói justo em cima de um cavalo traziam inúmeros fãs ao cinema naquela época. Nomes como John Wayne e Clint Eastwood, imortalizaram este gênero que aos poucos foi perdendo para as tecnologias atuais, mas nem por isso perdeu sua beleza. Eis que surgem os irmãos Coen, que com a refilmagem do clássico livro ‘Bravura Indômita’, nos presentearam não só com um bom filme, mas reviveram um gênero que andava adormecido dando um toque especial.

Mattie Ross, uma menina de 14 anos que chega a Fort Smith, no estado do Arkansas, em busca do homem que matou o seu pai. Conhecido como Tom Chaney, ele assassinou o pai da garota por duas barras de ouro e fugiu para o interior das terras indígenas. Para conseguir vingança e vê-lo enforcado, Mattie procura o “Marshall” mais destemido e bravo da região. É assim que ela conhece Rooster Cagburn, um beberrão de um olho só considerado o xerife mais cruel da cidade. Mesmo com algumas objeções, ele resolve aceitar o acordo para conseguir achar Tom Chaney e vingar a morte do pai da garota. No meio do caminho, eles conhecem o Texas Ranger LaBouef, que também os acompanha nesta jornada.

Tecnicamente o filme é belíssimo. A fotografia criada por Roger Deakins é de tirar o fôlego. O figurino maravilhoso também merece destaque e a forte e bela música dão ainda mais um tempero exurberante ao filme. Confesso que não assisti o clássico original estrelado por John Wayne, então não posso compará-los. 

Não sou grande fã do trabalho dos irmãos Coen. Seus trabalhos anteriores não me agradaram e comecei a ver os Coen com muita relutancia, chegando a quase nem conferir esta belíssima obra. Eles acertaram ao fazer em vez de uma refilmagem do clássico de 1969, uma readaptação da obra literária. A direção dos irmãos está melhor aqui, do que no quase western 'Onde os Fracos Não Têm Vez', pelo qual fora premiados pelo Oscar de direção. O clássico humor negro, presente na maior parte das obras do Coen, está presente, e eles nunca acertaram tanto.

Jeff Bridges está de uma caracterização que dá gosto de se assistir. Ainda não conferi 'Coração Louco', filme pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Ator em 2010, mas sua atuação como o Cogburn é maravilhosa. Não sei como John Wayne foi no anterior, mas acho difícil a sua atuação ser melhor (peço desculpas a seus fãs). Matt Damon dá vida LaBoeuf, o Texas Ranger. Sou fã do trabalho de Damon, mas acho que esta foi sua atuação mais fraca. É divertido vê-lo como LaBoeuf, mas toda vez que o via dividir cena com Bridges e Steinfeld, o veterano e a novata roubavam toda atenção. Josh Brolin vive o vilão Tom Chaney. Também sou fã de Brolin, mas receio que este não tenha sido seu melhor papel.

A estreante Hailee Steinfeld foi uma grande revelação em 2010. Venceu uma quantidade considerável de meninas e foi escolhida para dá vida a personagem Mattie Ross. Hailee junto com Bridges são a alma do filme. A química que ambos possuem é clara. As cenas da Hailee negociando nos minutos iniciais do filme são de tirar o fôlego, são tão bem feitas, que o expectador poderia ficar fácil assistindo-as. Não só isso, Hailee carrega de forma exemplar uma personagem muito madura, apesar de tão jovem, sua personagem de personalidade muito forte e com língua afiada, deu a Hailee logo em sua estreia uma merecida indicação a categoria de Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar deste ano, apesar de atriz principal do filme, este marketing esperto Paramount em colocá-la na categoria Coadjuvante, dava mais chances de vê-la, merecidamente, receber a estatueta, mas infelizmente não foi dessa vez.

'Bravura Indômita' é uma composição excelente de elenco, direção, fotografia e trilha sonora. Um gênero fora de moda, que foi muito bem representado neste instantâneo clássico dos Coen. Elogiado pela crítica americana, infelizmente não levou nenhuma estatueta, das dez indicações que recebeu, mas este ano o páreo foi forte, com uma boa safra de bons filmes. O que importa é que com este filme, os Coen nos mostrou que os westerns ainda não foram extintos.

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