sábado, novembro 26, 2011

Crítica do Filme 'Harry Potter 7 – Parte 2'

Thank You, Harry!

Após sete livros e oitos filmes é difícil dá adeus a uma saga literária tão respeitada e amada criada pela escritora J.K. Rowling. Aprendi a gostar de ler graças esta maravilhosa obra, cresci ao lado de Harry, Rony e Hermione, e depois de 10 anos a luta entre o bem e o mal em Hogwarts chega ao fim. Sem mais aquela expectativa ano após ano de uma pré - estreia, infelizmente nos despedimos da saga do bruxinho Harry Potter, e com ela, um filme incrível que atinge as expectativas e mostra como se faz um épico cinematográfico.

Harry Potter (Daniel Radcliffe) e seus amigos Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson) seguem à procura das horcruxes. O objetivo do trio é encontrá-las e, em seguida, destruí-las, de forma a eliminar lorde Voldemort (Ralph Fiennes) de uma vez por todas. Com a ajuda do duende Grampo (Warwick Davis), eles entram no banco Gringotes de forma a invadir o cofre de Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter). De lá retornam ao castelo de Hogwarts, onde precisam encontrar mais uma horcrux. Paralelamente, Voldemort prepara o ataque definitivo ao castelo.

Desde que tudo começou em 2001, com a história do menino que sobreviveu, somos encaminhados este grande final da saga. Perdemos personagens importantes no decorrer dos filmes, personagens que se tornaram inesquecíveis. A mensagem principal da história criada por Rowling, sempre foi que o amor é a força motriz de tudo. Aprendemos aquela lição de que o bem sempre triunfa no final, mas é o amor o grande protagonista da série. Seja ele o amor de mãe, de um guardião ou um amor entre amigos. Afinal um amor ultrapassa barreiras e Rowling soube demonstrar isso em todos os seus livros da saga.

A série nunca esteve tão sem esperanças, as duas últimas partes da saga ganharam um novo tom: sombrio, obscuro, com cenas pesadas e dramáticas. David Yates, mantem o estilo mais realista adotado já por Alfonso Cuarón em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. A primeira parte ficou encarregada de preparar o expectador para as perdas e o final da saga, já a segunda parte fica encarregada de toda ação que existe no último livro. O roteirista Steve Kloves soube trabalhar muito bem os personagens na primeira parte e deixou para o final as grandes cenas de ação, sem jamais parecer cansativa ou fora de contexto. A ideia de dividir o filme em duas partes foi bem inteligente, e conseguiu, apesar de algumas mudanças, ser quase completamente fiel.

A maquiagem, figurino, efeitos e fotografia estão simplesmente belos. A trilha sonora de Alexandre Desplat sabe alternar os momentos dos filmes com tons suaves ao mesmo tempo com tons mais angustiante e tenebroso. E o elenco todo merece elogios, a começar pelo ótimo Alan Rickman (foto). Rickman carregou durante anos um personagem enigmático e complexo, um personagem que ninguém sabia ao certo se amava ou odiava, e que  surpreendeu a todos que leram o livro e que assistiram a este filme. Rickman dá um show de atuação, mesmo nas poucas cenas em que apareceu.

O mesmo pode ser dito por Ralph Fiennes. Desde o quarto filme da saga que ele interpreta Voldemort. Fiennes deixou para mostrar no final o quem é verdadeiramente Voldemort; um ser cruel, psicótico e que não possui nenhum amor. Quase irreconhecível Fiennes mostra seu talento como ator interpretando o grande vilão da série. O mesmo elogio pode ser feito a Helena Bohan Carter (foto). Helena fez uma Belatriz doentia e irritante. Desde sua aparição no quinto filme seu desempenho sempre foi excelente, e vale destacar a cena em que atriz se 'passa' pela Hermione, vamos dizer que Helena soube captar a essência da personagem criada ao longo dos filmes pela Emma Watson.

Outra veterana do mundo dos cinemas que merece elogios é Maggie Smith (foto). A professora Minerva McGonagall brilha neste último filme e compensa o tempo em que ficou 'apagada' nos filmes. Smith é uma atriz excelente e tê-la em um filme como coadjuvante é luxo que poucos têm, e finalmente souberam aproveitar o talento desta incrível e notória atriz, que sempre interpretou uma das professoras mais queridas de Hogwarts. A verdade é que a saga sempre possuiu um elenco coadjuvante recheado dos melhores atores e atrizes britânicos da última geração. Exemplo deles são Jason Isaacs, Gary Oldman, David Thewlis, Emma Thompson.
O trio principal nunca este tão bem. É possível ver a química entre os três. Nas partes sem falas, eles conseguiam representar sem nem precisar abrir a boca para falar, os três já conseguiam se comunicar quase que secretamente entre eles e com o público. Desde novinho Daniel Radcliffe (foto) interpreta Harry. Assim como o seu personagem cresceu ao longo dos filmes e livros, o ator fez o mesmo. Com uma atuação mais madura e emocionante, Daniel consegue passar para o expectador a angustia que Harry sente. As perdas e dores são finalmente demonstradas pelo ator de forma brilhante.

Rupert Grint (foto) foi outro que amadureceu, assim como seu personagem. Talvez o que mais cresceu ao longo dos anos. Rony já não é mais aquele garotinho medroso que conhecemos nos primeiros filmes de Harry Potter. Na Parte 2 vimos que o roteiro o colocou como 'inteligente' do grupo, surpreendendo Hermione em alguns momentos. Rupert está a vontade com seu personagem, e fica fácil acreditarmos que o personagem tenha ficado mais 'inteligente', mérito do ator que interpretou um personagem com pouca importância se compararmos com Harry e Hermione.

Mas a grande estrela da saga é a Emma Watson (foto). Sempre foi a mais espontânea e a que mais passa veracidade no papel. Sem Hermione, tanto Harry quanto Rony já estariam perdidos logo no primeiro filme, e atriz sabe passar isso para o expectador. Sempre escutamos que Harry e Ron não durariam dois dias sem ela, e isso é verdade, apesar de neste filme isso não ficar tão evidente. O que importa é que atriz, dos três, é a mais talentosa e possivelmente a que não será associada a personagem depois da saga.

Harry Potter 7 – Parte 2 chega ao fim e junto dele o final de uma saga tão amada e respeitada cinematograficamente. A saga cresceu no cinema e se tornou um marco de uma geração. Como já foi dito, é difícil dá adeus sem sentir um vazio por dentro, e é com lágrimas nos olhos que eu me despeço e agradeço a todos que fizeram parte deste mundo literário, cinematográfico e mágico criado pela escritora J.K. Rowling. E é com tema principal da série, criada por John Williams, ecoando na minha cabeça, que escrevo... Harry Potter é a partir de agora imortal!

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