quinta-feira, janeiro 26, 2012

Oscar 2012 - Comentando os Indicados

Finalmente a curiosidade sobre quem seriam os indicados ao Oscar 2012 acabou, terça-feira, 24, quando Jennifer Lawrence e o presidente da Academia Tom Sherak divulgaram ao vivo os candidatos a estatueta do carequinha dourado. O que ficou claro é que este ano, finalmente, temos uma imprevisibilidade no Oscar, ao mesmo tempo em que é a pior lista de indicados que eu já vi desde que comecei a assistir a cerimônia. Ano passado a cerimonia foi um desastre com um James Franco meio chapado e uma Anne Hathaway talentosa, mas muito nova para segurar o tamanho da obrigação, e ainda assim, parecem que eles não aprenderam a lição. A questão principal não é quem irá apresentar a premiação, mas sim os filmes que estão concorrendo. Uma vez que eles não arriscam e mostram o chato conservadorismo em que tanto persistem seguir, a audiência continuará a cair. Um exemplo simples: Drive que é um filme bom e que muitos gostaram não foi indicado, mas o chato Tão Forte e Tão Perto foi indicado; Andy Serkis que interpretou Cesar no Planeta dos Macacos também ficou de fora. Qual é a lógica dessa Academia?

A cerimônia está tão ridícula e chata que não sei nem pelo o que começar. Mas, vamos lá, começando pela indecisão pelo número de finalistas a Melhor Filme. Se não temos 10 filmes para ser indicado, a lógica é pensar que o ano não teve uma boa safra de filmes, mas ainda assim tivemos nove indicados, por mim, sinceramente, só seriam seis. Pelo menos uma coisa é boa, a imprevisibilidade retornou a uma Academia que era quase marmelada que durou alguns anos. Uma pena ter sido com uma safra meio ruim de indicados.

Primeiro a ausência estranha e a mais obvia, a falta do excelente Aventuras de Tintim na categoria Animação. Melhor filme do Spielberg em anos, por causa de regra ridícula de que filmes criados à partir de captura de movimentos não são considerados animação, acabou ficando de fora. Tenha paciência, se for assim captura de movimentos é uma atuação, e indicar Andy Serkis em Melhor Ator teria sido correto e porque não, um novo frescor a uma Academia arcaica. A outra ausência, mas meio merecida, seria o Rio, que foi uma tentativa frustrada de passar uma mensagem ecológica, mas faltou uma criatividade que só a Pixar possui e acabou virando aquele carnaval. E aproveitando a deixa, um Oscar sem Pixar??? Só mostra o quão ruim Carros 2 foi!

Outra ausência é a comprovação de que a Academia não gosta do David Fincher, mais uma vez fora de Melhor Diretor, fato é que merecia ter ganhado em O Curioso Caso, e uma vez que não levou, merecia em A Rede Social. A sua (fria) adaptação de Os Homens Que Não Amavam as Mulheres é mais um ótimo filme do Fincher e muito superior ao sueco em vários aspectos. O filme recebeu indicações técnicas, mas e a trilha sonora? Excelente e ficou de fora! Prefiram a fraca trilha do Cavalo de Guerra. Também vi reclamações da indicação da Rooney Mara, a verdade é que muitos falaram que ela era a Natalie Portman de 2012, devido os personagens, mas isso é mentira, a menina Mara está ótima e mereceu, mas Natalie está em outro patamar, então não esperem vê-la (Mara) levantar o carequinha, isso ficará para a Meryl Streep, isso se os votantes não premiarem a Viola Davis. Achei forçada a indicação da Glenn Close (particularmente não achei grande coisa o filme e sua atuação está ok.) e a mais estranha é a falta da ótima Tilda Swinton, que deu um show em Precisamos Falar sobre o Kevin.

Em atriz coadjuvante, fiquei bem feliz com a indicação da Melissa McCarthy por Missão Madrinha de Casamento, que mostra que a Academia esteja dando valor a comédias interessantes e bem construídas. Jessica Chastain, ótima em Histórias Cruzadas, também recebeu uma indicação merecida, só esse ano apareceu em 7 filmes! Janet McTeer também está bem em Albert Nobs, ainda assim não deverá receber. E a favorita Octavia Spencer que fez um ótimo trabalho em Histórias Cruzadas. Sentiram falta da Shailaine Wooley e Judy Greer, de Os Descendentes. Apesar de gostar da Judy nas séries, achei sua atuação meio exagerada e a adolescente Shailaine teve sorte de receber uma indicação ao Globo de Ouro, pois quase nada faz no filme para merecer ser indicada.

George Clooney deverá receber por Os Descendentes, mas achei sua atuação fraquinha, assim como filme, tido como o favorito ao prêmio mais importante da noite. Acredito que tão cedo veremos Brad Pitt levantar o troféu, mas uma surpresa notável foi a indicação de Gary Oldman por O Espião Que Sabia Demais. Grande ator e esta é a sua primeira indicação. Ei votantes, vamos premiar Oldman, merece bem mais que o Clooney!

Andy Serkis fora da lista de coadjuvantes é a prova que a Academia continua arcaica, e ainda não entendem a falta de audiência; assim como a falta de Erza Miller, que deu um show em Precisamos Falar sobre o Kevin. Espero que Christopher Plummer por Toda Forma de Amor recebe o prêmio, que acaba até se tornando prêmio por conjunto de obra.

Woody Allen retorna como Diretor, Filme e Roteirista por Meia-Noite em Paris, e deverá receber por roteiro, enquanto o excelente e o meu preferido A Invenção de Hugo Cabret de Martin Scorsese, o filme com maior indicação, 11 ao todo, deverá receber diretor e espero que leve alguma coisa na parte técnica. Não entendi a indicação de Terrence Malick por Á Arvore da Vida e nem dele ser indicado a melhor filme. Não é a melhor obra de Malick, poucos viram e entenderam. Academia tiveram outros melhores no ano!

O que fica no ar é o que será de O Artista, filme francês, mudo e em preto e branco, e de A Invenção de Hugo Cabret. O que irá prevalecer? O conservadorismo, premiando Os Descendentes ou a nostalgia dos votantes?? É, parece que darei audiência ao Oscar, só para saber o final dessa novela.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Crítica do Filme 'A Invenção De Hugo Cabret'

★★★★★ O Cinema Paradiso de Scorsese!
 
Em 1988 chegava aos cinemas a obra mais apaixonante e comovente sobre a sétima arte, o belíssimo Cinema Paradiso. Se a obra de Giuseppe Tornatore é uma declaração de amor, A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese, é um lembrete poderoso sobre a magia do cinema.

A história acompanha Hugo (Asa Butterfield), um garoto de 12 anos que vive em uma estação de trem em Paris no começo do século 20. Seu pai (Jude Law), um relojoeiro que trabalhava em um museu, morre momentos depois de mostrar a Hugo a sua última descoberta: um androide, sentado numa escrivaninha, com uma caneta na mão, aguardando para escrever uma importante mensagem. O problema é que o menino não consegue ligar o robô, nem resolver o mistério.

Baseado no livro de Brian Selznick, o livro e o filme são uma referência a clássicas a obras de Charlie Chaplin, François Truffaut e, principalmente, Georges Méliès. A adaptação do livro veio no ano certo, como o ano do cinema é de nostalgia, com obras como O Artista, Cavalo de Guerra, Histórias Cruzadas, o filme é uma ilustra história sobre o cinema. Em termos técnicos, o primeiro filme de Scorsese em 3D é maravilhoso. Desde a primeira cena, com uma belíssima Torre Eiffel, tudo é muito bonito e feito de forma cuidadosa, mostrando uma Paris dos anos 30, nos transportando para o universo nostálgico inspirado pela Belle Époque parisiense.

O filme não se trata apenas de uma singela homenagem ao cinema, possui também uma história marcante entre dois meninos órfãos que acabam se tornando grandes amigos. Asa Butterfield, o menino de incríveis olhos azuis, interpreta Hugo de maneira comovente. Passa com sinceridade as emoções de Hugo, seja chorando a morte do pai ou pelo simples fato de estar dentro do cinema. É um ator que ainda tem muito chão pela frente, mas curiosamente é pouco conhecido, é mais lembrado pelo agora cult O Menino do Pijama Listrado, mas provavelmente depois deste papel, ficará muito conhecido e quem sabe o veremos em mais papéis.

A talentosa Chloë Moretz interpreta Isabelle, a menina apaixonada por livros e amiga de Hugo. Moretz consegue mais uma atuação espetacular. Diferente de seus personagens em Kick Ass e Deixe-Me Entrar, Isabelle é uma menina curiosa e aventureira, mesmo tendo só se aventurado nas páginas dos livros que tanto ama ler. Com um sotaque britânico de fazer inveja a Angelina Jolie, Chloe acaba se revelando ser uma das melhores atrizes da atualidade e prova sua competência e versatilidade em escolher seus papéis.

Sir Ben Kingsley está formidável como o lendário Georges Méliès. Incrível como todas as interpretações de Kingsley são dignas de prêmios e por mais que tenha sido esquecido, assim como o jovem Ezra Miller de Precisamos Falar sobre Kevin, não deixa de estar formidável, e mais parece um desfalque seu nome não constar na lista de indicados aos prêmios. O ator dá vida a um Méliès desiludido e meio rabugento, mas que aos poucos se revela ser um grande e apaixonante idoso, cheio de historias para contar. É um personagem biográfico de grande importância para o cinema e somente este ator poderia interpretá-lo de forma brilhante.

Cinema Paradiso de Tornatore é a mais bela homenagem ao cinema. Contudo, A Invenção De Hugo Cabret de Scorsese é uma história sobre o cinema, uma carte de amor de um diretor apaixonado, trazendo em suas cultuadas duas horas de filme, um tesouro de clipes de filmes mudos, homenageando grandes nomes do cinema. Ambos os filme são um presente para todos os apaixonados pela sétima arte, pois todos nós, amantes do cinema, temos um pouco do Totó e Hugo em nossos interiores.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Crítica do Filme 'Cavalo de Guerra'

★★★ Uma bela homenagem por parte de Spielberg ao cinema!

Steven Spielberg dirigiu os melhores filmes da década de 80. Sempre com tramas simples e emocionantes que acabaram marcando uma geração. Em meio a um ano em que o cinema está beirando a nostalgia, Spielberg nos entrega uma obra apaixonante sobre um garoto e um cavalo, que mesmo se passando na brutal Primeira Guerra Mundial, conflito pouco explorado cinema, se torna um sincero e inocente épico da sétima arte.

Baseado no livro infantil de Michael Mopurgo, adaptado pelos ingleses Lee Hall (“Billy Elliot”) e Richard Curtis (“A Garota do Café”), a trama do filme segue as jornadas de Joey, cavalo dos humildes Narracotts que forja uma incrível amizade com Albert (Jeremy Irvine), filho do seu dono, Ted (Peter Mullan), e responsável por treiná-lo. Juntos, eles tentarão salvar a fazenda das mãos do ganancioso Lyons (David Twellis), arrendatário das terras onde a família vive. Quando estoura a Primeira Guerra Mundial, Albert e Joey são separados, com o cavalo sendo vendido para o exército inglês e começando sua estadia nos campos de batalha europeus.

O filme é emocionante desde a primeira cena, quando Albert vê o nascimento do pequeno potro. O expectador vê criar uma bonita relação de amizade entre o menino e o cavalo. Mas isso não é o que Spielberg sabe fazer de melhor? Trabalhar estas pequenas relações, mesmo que seja ela entre um menino e um E.T, ou simplesmente um menino e um cavalo. É uma amizade tão bem trabalhada que quando o pai do menino vende o cavalo a um oficial inglês, dói em dobro ver o sofrimento de Albert, não só pela separação de ambos, como também aquele poderia ser o atestado de óbito do pobre animal.  Vemos a incansável luta de Albert para reencontrar seu amado cavalo. O reencontro entre os dois demora a acontecer, e é quando o filme passa a ser contado pelos olhos do cavalo que passa pelas mãos de um oficial inglês, de dois jovens alemães, de um avô e sua neta (claro, doente), de um oficial alemão e de outro oficial inglês, para então finalmente retorna para o seu tão amado dono.

Desde A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan que Spielberg não se aventura em um filme sobre guerra. O palco escolhido foi a brutal Primeira Guerra Mundial, que apesar de ter sido uma das piores guerras, o diretor, como sempre, não mostra cenas de sangue, afinal é o filme família, por mais que o horror da guerra esteja presente, nas entrelinhas. As cenas das batalhas são excelentes, e são nelas que a cena, talvez a mais memorável do filme aconteça, quando ocorre a fuga de Joey pelos campos de batalha, onde acaba preso aos arames, resultando em momento de paz entre as frentes rivais, só para ajudar o animal.

O novato Jeremy Irvine não entrega uma grande atuação, o ator britânico passa fácil o amor e a amizade entre seu personagem e o cavalo, mas precisa de muito mais que um simples olhar dramático para ser considerado um bom ator. O personagem também foi pouco explorado, e o ator trabalha bem essa falta de composição do personagem. Irvine tem muito que crescer, está mais para um diamante bruto, que se for bem lapido poderá render um ótimo ator da atual geração tecnológica. Dito isso o Emily Watson e Peter Mullan, como seus pais, estão formidáveis. Assim como Tom Hiddleston (Thor) está excelente como capitão Nicholls, como também o jovem David Kross (O Leitor) que interpreta o jovem alemão.

Celine Buckens como a civil doente está muito bem. Ela interpreta com uma veracidade que falta no ator inglês. Niels Arestrup, que interpreta seu avô, ajuda na composição que a guerra leva tudo e de todos, e as cenas dos dois cavalos ao lado destes dois atores competentes não tem como, mais uma vez, não se emocionar com a menina querendo saber um pouco mais sobre os pais, ou simplesmente por ela querer montar em um dos cavalos. Isso é o diretor em sua melhor forma.

Visualmente falando, desde o Discurso do Rei, que não se via um filme tecnicamente impecável. Janusz Kaminsk cria uma fotografia genial que lembram clássicos da década de 30, direção de arte formidável, figurinos belíssimos que lembram épicos da velha Hollywood. A trilha sonora composta pelo sempre ótimo John Williams que apesar de estar um pouco exagerada continua belíssima.

Cavalo de Guerra vai te fazer rir e chorar. É incrível como os anos passam, mas a sinopse dos melhores filmes de Spielberg continuam os mesmo, um garoto, uma criatura (que faz parte do mundo real ou não) e uma grande aventura que aborda coragem e amizade. O filme é tão antiquado quanto bonito, e por mais que não seja uma obra prima do querido midas Steven Spielberg, é o longa mais simples e sincero deste  diretor apaixonado pelo cinema.

sábado, janeiro 07, 2012

Crítica do Filme '50%'

★★★★ "Você já viu Laços de Ternura?"

Geralmente quase toda safra de filmes com temas sobre câncer sempre vem com o mesmo clichê de que o filme irá te levar a lágrimas. Com esse pensamento em mente, é surpreendente saber que 50% aborda um tema tão delicado de forma divertida e emocionante.

Inspirado em fatos reais. Adam (Joseph Gordon-Levitt) tem apenas 27 anos e descobre que está com câncer. O problema é que ele não fumava, não bebia e foi difícil entender porquê foi aparecer um tumor em sua vida. Mas para ajudar a enfrentar essa pedreira ele vai contar com a ajuda de seu melhor amigo Kyle (Seth Rogen), um cara muito alto astral, e também de uma analista (Anna Kendrick) que não é de se jogar fora. Dessa forma parece até que suas chances de sobrevivência em torno dos 50% não tão ruins assim. Será que não mesmo?

Baseado na história real de Will Reiser, um roteirista de Hollywood, o filme desenvolve as relações do filme de maneira brilhante, de forma que o câncer fique em segundo plano. Sabemos que ele está lá, mas o roteiro não se limita em fazer deste filme mais um filme sobre câncer. Fazer dele uma comédia dramática caba sendo criativo e inteligente. As partes cômicas são ótimas, e facilmente você se verá rindo em uma cena e em outra chorando, sem jamais se tornar exagerado. O filme nada mais é que uma comédia realista.

O que falar da atuação do ótimo Joseph Gordon-Levitt?! O ator alterna as emoções de Adam com maestria. Raspou a cabeça de verdade ao invés de optar por usar um capuz de recursos de maquiagem. Transformou-se de forma magnífica de um rapaz saudável para um rapaz que sofre de um câncer raríssimo nas costas. Sou grande fã do ator desde 500 Dias Com Ela, e aqui consegue mais uma excelente atuação, conseguindo sua segunda indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator.

Seth Rogen é outro que está ótimo no papel de grande amigo de Adam e também como o alívio cômico do filme. Não sou grande fã do ator, e o considero canastrão como Ashton Kutcher, mas Rogen fez um ótimo trabalho. Nos momentos sérios do filme, em que se exige uma atuação mais intensa e sincera, por incrível que pareça, o comediante se sai ótimo. Sem falar da química com Levitt, é muito bonita a relação de amigos/parceiros que os personagens possuem, e ela é trabalhada de forma humana.

Anna Kendrick mais uma vez excelente. Eu não sei como uma atriz de tal calibre faz parte da saga dos vampirinhos brilhantes, mas prefiro me esquecer disso e só lembrar de filmes como este. A psicóloga que ela constrói é doce e gentil, e fica fácil compreender e aceitar a o vinculo que ela cria com Adam. É como foi dito antes, as relações que compõe o roteiro são trabalhadas de formas magníficas, em todos os momentos do filme isso fica claro.

Vale apena mencionar as atuações da atriz Bryce Dallas Howard como a namorada chata do Adam. A atriz já vinha de uma ótima atuação em Histórias Cruzadas e aqui traz mais uma ótima atuação. E de Anjelica Huston, que passa com veracidade o sofrimento de uma mulher que tem um marido com Alzheimer e que descobre que o filho tem câncer.

Sem dúvida é para poucos fazer um filme sobre um tema tão delicado e complicado de forma divertida, mesmo sendo um divertido com humor negro. Com trilha sonora e fotografia marcante, junto com uma direção, roteiro e atuações ótimas, 50% infelizmente só chegará por aqui nas locadoras, mas fica a dica de um filme imperdível!

quinta-feira, janeiro 05, 2012

"Celebrando os filmes dentro de todos nós" – (Hollywood Nostálgica)

Analisando os filmes que estrearam esse ano, tanto aqui no Brasil quanto nos USA, e os que ainda faltam estrear, me dei conta que a maior parte dos melhores filmes se ocuparam mais em mostrar a nostalgia do que contar histórias sobre os dias atuais. Nem a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Oscar) ficou de fora desse clima de nostalgia. O slogan do cartaz do Oscar desse ano presta homenagem aos clássicos, apresentando um filme por década: …E o Vento Levou (1939), Casablanca (1943), Assim Caminha a Humanidade (1956), A Noviça Rebelde (1965), O Poderoso Chefão (1972), Gladiador (2000), ressaltando o legado do Oscar. 

O ano nostálgico começa com o cinema mudo e monocolor em O Artista, obra francesa que se tornou queridinho do ano. O retorno do midas Steven Spielberg com o drama ambientado na 1ª Guerra Mundial em Cavalo de Guerra e com a animação As Aventuras de Tintim baseada na obra de Hergé. Woody Allen com o seu melhor trabalho revisitando a Cidade de Luz dos anos 1920 em Meia Noite em Paris. Martin Scorsese em seu primeiro filme em 3D faz uma homenagem ao cinema em A Invenção de Hugo Cabret ambientado nos anos 30. Terrence Malick volta com filosófico A Árvore da Vida na década de 1950. Histórias Cruzadas visita a segregação racial que acontecia no USA na década de 1960. E os anos 1970 e 1980 receberam homenagens como a brincadeira de ser Spielberg por parte de J.J Abrams em Super 8 e com a refilmagem A Hora do Espanto.

Nem os famosos super heróis que tanto amamos ficaram de fora. O ótimo X-Men: Primeira Classe traz de volta a estiloda década de 1960, enquanto Capitão América revive os anos dourados dos quadrinhos da década de 1940.

Os dias atuais e os anos 1990 fazem uma parceria com os clássicos sendo relançados convertidos em 3D como O Rei Leão, Titanic e A Bela e a Fera. Os pais levaram seus pequeninos para conheceram Os Muppets e Os Smurfs, aproveitando para reviver sua infância.

Infelizmente nostalgia nem sempre é bom, ainda mais em excesso, e por mais que o cinema tenha entregado uma leva de filmes nostálgicos e maravilhosos, é bom contar com obras como Os Descendentes, Missão Madrinha de Casamento e Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres, quem lembram que o passado não era assim tão glorioso.