sábado, abril 28, 2012

Crítica do Filme 'Os Vingadores'

★★★★★ Um presente para os fãs dos quadrinhos! 

Umas das coisas mais interessantes e legais nos quadrinhos são quando as histórias se interligam, como quando ocorreu à criação da Liga da Justiça (DC), em 1960, que trazia a maior parte de seu acervo de super-heróis. Em resposta a DC, a Marvel criou os Vingadores, que reunia os heróis mais populares da Marvel. Fazer essa junção nos quadrinhos é bem fácil, basta apenas ter um bom roteiro, contudo no cinema pode ser complicada essa junção, uma vez que com muitos personagens um pode acabar ficando sem utilidade. Ainda assim a Marvel foi ousada e chamou Joss Whedon, figura muito renomada na TV americana, e entregou a ele a difícil tarefa de dá vida a esses heróis no cinema. Whedon fez seu dever de casa com brilhantismo e entregou para os fãs dos quadrinhos e porque não, para todos os expectadores, um dos melhores filmes de super-heróis da atualidade.

Na trama, quando um inesperado inimigo aparece e ameaça a segurança e a tranqüilidade do mundo, Nick Fury, diretor da agência internacional de pacificação conhecida como SHIELD, se vê em busca de uma equipe capaz de tirar o mundo da iminência de um desastre. Através do planeta, um ousado recrutamento se inicia.

É inevitável dizer aqui que Os Vingadores da Marvel chegou bem perto da qualidade de Batman – O Cavaleiro das Trevas de Nolan. Atuação, roteiro e direção estão impecáveis. A única diferença é que Batman está mais para um filme mais sério e realista, enquanto os Vingadores abusa de tons de comédia e paródias, sendo que ambas são hilárias e funcionam bem. Se foi dito antes que trazer um projeto como Os Vingadores para o cinema pode ser complicado, por causa do excesso de personagens, é ótimo saber que todos funcionam e cumpre bem seu papel no filme. Começando por Samuel L. Jackson, como Nick Fury, diretor da agência internacional de paz conhecido como SHIELD, que serve como ponte de ligação entre os heróis. Jackson continua ótimo como sempre, e é incrível como o ator se parece fisicamente com o personagem do Universo Marvel Millenium.

Dando continuidade ao bom elenco temos Mark Ruffalo, que supera Eric Bana e Edward Norton. Ele é a melhore surpresa do filme. Primeira vez que interpreta Hulk, poderia se sentir desconfortável, mas não, ele consegue uma atuação espetacular, sem falar da criação digital do Hulk, que foi feito com captura de movimentos. Simplesmente lindo. Robert Downey Jr. como sempre brilha. São dele as melhores falas do filme. Terceira vez que o ator encarna o Homem de Ferro que já é de uma naturalidade incrível, parece que o papel foi criado para ser dele. Uma coisa interessante nos heróis da Marvel é que apesar de serem todos muito egocêntricos, acabam funcionam bem. E sempre existe algo parecido entre eles, podendo ser uma mente brilhante como é o caso de Bruce Banner e Tony Stark, ou os valores e morais como o caso de Capitão América e Thor.

Chris Evans aparece mais confortável com seu papel e funciona bem como um 'quase' líder, tentando em alguns momentos acalmar os ânimos, mostrando que o inimigo é outro. Outro que está mais confortável com seu papel é Chris Hemsworth. E é justamente Hemsworth que protagoniza as duas cenas de 'briga' entre os heróis. Sendo que a mais divertida é entre Thor e Hulk. É interessante notar que tanto Capitão quanto Thor possuem valores e morais parecidos, assim como Bruce e Tony compartilham o brilhantismo. O mais legal ainda é que com um soldado "mutante", um semideus, um bilionário egocêntrico e um cientista com problemas de autocontrole, sendo que os atores estão em sua melhor forma, nenhum deles ofusca o outro, dando ainda mais crédito ao trabalho de Joss Whedon.

Então a pergunta que não quer calar é: Se com tantos heróis, qual seria a função do Gavião Arqueiro e da Viúva Negra?! Em primeiro lugar a única Vingadora que aparece logo no início, sendo torturada, é tão forte quanto seus colegas. A Viúva é uma personagem que não está no filme para ser a mocinha que precisa ser salva pelos heróis, ela é tão forte e sabe se virar sozinha quanto eles. São dela também os diálogos mais legais do filme, como uma perfeita espiã. Scarlett Johansson está ótima, fazendo-nos esquecer da aparição da ótima Gwyneth Paltrow. Jeremy Renner possui de certa forma, a menor importância de todos os personagens, mas ainda assim entrega uma boa atuação e boa química com Scarlett, que também funcionou bem com Mark Ruffalo.

Se todos os heróis estão ótimos juntos, o vilão teria que ser tão ótimo e poderoso quanto eles. Loki é aquele vilão que amamos odiar, carismático e louco, é muito mais forte e temido na Terra no que em sua terra natal. Tom Hiddleston está em plena forma, ele já estava espetacular em 'Thor', mas aqui dá um show de atuação, elevando ainda mais a loucura do Deus da Trapaça. Hiddleston é um dos melhores atores ingleses que está em pauta no momento, bem versátil, é um ator que merece atenção, chegando aqui a se igualar com o Coringa de Heath Ledger.

Os Vingadores é tudo aquilo que um fã dos quadrinhos queria no cinema. O bom roteiro, que trabalha individualmente cada herói, e depois trabalhando eles em grupo é excelente, assim como a competência na direção, sem falar dos efeitos especiais de encher os olhos. A Marvel foi ousada e conseguiu o impossível, entregou provavelmente o melhor filme de super-heróis e talvez o melhor filme, até agora, de 2012. E que venha o Batman - O Cavaleiros das Trevas Ressurge!

domingo, abril 22, 2012

Primeiras Impressões: The Legend of Korra

Uma nova Avatar a altura de Aang! 

"Terra, Fogo, Ar e Água. Somente o Avatar pode dominar todos os quatros elementos, e trazer equilíbrio ao mundo." E é assim, com uma nova abertura, que lembra a sua antecessora, que marca um início de um novo ciclo Avatar. Quem acompanhou A Lenda de Aang, sabe o quanto o desenho, com traços que lembram bastante animes, é divertido e interessante. Quando anunciaram um novo desenho com uma "nova" Avatar, fiquei um pouco preocupada deste não ser tão legal quanto o seu antecessor, mas depois de conferir os primeiros capítulos do novo desenho, fico aliviada e me atrevo a dizer que Avatar: A Lenda de Korra é muito mais legal do que A Lenda de Aang em todos os aspectos.

As mudanças de cenário é um dos pontos favoráveis dessa nova aventura, pois se antes Aang precisa trazer equilíbrio ao mundo lutando contra os dobradores de Fogo, a nova Avatar precisa trazer equilíbrio lutando contra outros problemas: em primeiro lugar o Poder, suas consequências, suas implicações e qualquer tentativa de contê-lo; e em segundo lugar a desigualdade social, uma vez que aqueles que não são dobradores se sentem oprimidos pelos dobradores. Um arco que se for bem trabalhado pode render um bom debate, já que fazem parte do nosso atual contexto social.

A narrativa também é rápida e não sei se isso é legal. Não são só os fãs do antigo desenho que irão assistir, essa nova leva de crianças, que não assistiram ao original pode ficar um puco perdida, como ocorreu no filme feito por M. Night Shyamalan, que só quem assistia ao desenho conseguiu acompanhar todo o contexto do filme. Seria bom dá uma trabalhada nisso. A animação está ainda mais bonita, ainda mais se for assistido em HD. E o roteiro, como já foi dito antes, se for bem trabalhado, pode render uma ótima e nada previsível história.

Mas nada se compara com a minha alegria em relação à nova Avatar. Não me entendam mal, sou uma grande fã de Aang e de todos os seus amigos, mas nesta nova aventura tem algo que pouco se tinha na obra anterior: Humor e Alegria, e isso ocorre por causa do que Aang fez no passado. A obra faz de Korra muito mais carismática que Aang, e não só ela, como também os novos personagens.

Em pouco menos de quarenta minutos Korra fez o impossível: conseguiu dominar quase todos os elementos, conseguiu ser ainda mais carismática que Aang e conseguiu está à altura dele. Se a série continuar neste ritmo poderá ser uma das melhores estreias que acontecerá neste ano em relação a desenho. E deverá receber total atenção, tanto de quem não assistia ao desenho original, quanto de quem já era fã. Seja Bem Vinda Korra!

sexta-feira, abril 06, 2012

O Épico Retorno de Game of Thrones

Power is Power!
 
Depois de longos meses esperando, depois de contar os dias, finalmente, minha série favorita estava retornando para seu segundo ano. E que retorno. Depois de um final de temporada arrebatador com a última Targaryen 'renascendo' do fogo com seus mini dragões, Arya (The Boy) indo a uma jornada rumo à Muralha, pude notar, logo de cara que o protagonista desta temporada será o nosso querido Peter Dinklage que dá vida Tyrion Lannister, pois o seu nome agora aparece em primeiro na apresentação, logo quando começa o episódio, ocupando o lugar do ótimo Sean Bean, que deu vida ao finado Ned Stark.

Falando no duende, Tyrion agora substitui Ned como mão do Rei, assim como ele também dormirá no mesmo quarto em que o Ned ocupava enquanto ainda era vivo, se existia alguma dúvida se ele será nesta temporada os olhos do expectador o roteiro já se encarregou de mostrar que ele será um dos focos desta temporada. Ainda na terra do reino, temos o reizinho gazela Joffrey, fruto do incesto da mãe e do tio, tocando o terror. Pobre Sansa, sofrendo uma espécie de tortura psicológica, misturada com ameaças, está pagando por ter ficado do lado. Quem também não se encontra em uma posição muito confortável é a mamãe da gazela. A rainha Cersei sabe o monstro que colocou no mundo, mas amo aquele olhar dela de que a qualquer minuto irá acabar com a festinha do filho, mas, por favor, deixa isso para Arya, já faz tempo que ela quer dá uma lição nele. Cersei me fez gostar dela neste comecinho de temporada pelo "não se meta comigo" que ela deu no chato do Lord Baelish (só assim ficou calado).

Além dos velhos conhecidos que já brincavam com a dança do trono, conhecemos o irmão mais velho Robert Baratheon, Stannis Baratheon, que quer o trono para ele, e logicamente é dele, uma vez que a gazela saltitante é filho de um incesto. Junto com Stannis conhecemos a Sacerdotisa Vermelha Melissandre que acredita que Stannis é o messias, isso sem falar da forte influência que exerce nele. Cersei ganhou uma concorrente para ver que será a maior "bitch" do seriado.

Enquanto na terra do trono a tensão e opressão tomam conta, o novo rei do norte, Robb Stark, começa a dá os primeiros passos para suceder o pai. Ainda mantendo Jaime Lannister como prisioneiro para tentar trocá-lo por suas irmãs (Arya e Sansa), fazendo importantes reforços para briga, enquanto seu braço direito Theon Greyjoy tenta fazer seu pai aderir à briga, mas acho que ele não irá aceitar participar assim tão fácil da luta. E claro não podemos esquecer a Dany's e seus dragões. Só eu que estou ansiosa para ver estes mini dragões crescerem?!

Terminando o episódio, podemos ver que a fofoca rola solta no reino e o reizinho gazela não gostou nada em saber que é fruto de um incesto e mandou massacrar todos os filhos bastardos do rei Robert Baratheon, e nem o mais jovem bebê escapou da carnificina ordenada por Joffrey. Só que ele nem sabe que existi um último bastardo vivo, Gendry, que está do lado de nossa orphan boy Arya Stark partindo para uma jornada rumo à Muralha, que irá ter importância vital nesta temporada.

Adorei a estreia, e gostaria de deixar aqui um beijo e um abraço a todos da HBO Brasil pela estreia simultânea com a dos USA. Foi perfeita, mas podiam melhorar a legenda!

Coluna de DVD - Revisitando 'O Primeiro Amor'

★★★★ Um Clássico Instantâneo!

Rob Reiner é um diretor que sabe mexer com as emoções do expectador. Sua obra mais famosa (Conta Comigo) é um exemplo claro sobre esta facilidade que o diretor possui. Depois de três anos sumido, Reiner retornar neste clássico que mistura o fator nostalgia de Conta Comigo e a doçura e inocência de A Princesinha.

O filme conta o relacionamento entre dois vizinhos e colegas de escola dos 7 aos 13 anos. Juli apaixona-se instantaneamente por Bryce assim que o caminhão de mudança chega ao bairro, contudo Bryce demora seis anos para descobrir a garota inteligente, generosa e linda que Juli é e, finalmente, sentir o mesmo amor. A história é contada do ponto de vista de ambos, criando aos poucos o universo interior dos dois, e mostrando as atitudes e ponto de vista de meninas e meninos com relação ao sexo oposto.
É incrível a forma como o roteiro sempre remete ao sentimentalismo. Seja ele nos sentimentos dos dois protagonistas, ou seja, ele os sentimentos das famílias dos personagens. Outro ponto interessante é como é contada a história. O filme começa pelo ponto de vista de Bryce, e logo depois as mesmas cenas é contada pelo ponto de vista de Juli. O filme mostra a visão feminina e masculina de cada cena, e dessa forma o filme traz e mostra como são diferentes esses dois universos. Poucos filmes se arriscaram em contar a história dessa forma, e poucos conseguem obter sucesso, e é uma ótima surpresa que o filme de Reiner tenha conseguido, fazendo-o dele uma obra deliciosa e delicada de se assistir. A fotografia do filme é belíssima, principalmente nas cenas em que Juli está na árvore, e a direção de arte está muito bem feita, ambientada nos anos 60, um dos anos mais charmosos do cinema.

Juli é uma das personagens mais carismáticas, doce e gentil que a escassa lista do cinema possui. E a atriz Madeline Carroll acerta no timing de atuação. No decorrer do filme podemos ver o quanto Juli vai crescendo e amadurecendo, e Carroll mostra isso de maneira encantadora. Atriz também consegue uma ótima química com o ator John Mahoney, que faz o avô de Bryce. Da mesma forma que possui uma química excelente com Callan McAuliffe. Definitivamente uma atriz que merece mais destaque nos cinemas.

Bryce por outro lado, vai conquistando o expectador no decorrer do filme. O australiano Callan McAuliffe reflete bem os sentimentos do menino, de todos os meninos, e em como se divergem dos das meninas. Bryce não gosta de Juli desde o momento em que se conhecem, mas percebe-se, logo quando os protagonistas já estão crescidos, que seu sentimento por Juli mudara, mas sendo Bryce um menino, só se dá conta disso lá pela tantas do filme. Como já foi dito antes, ambos os atores possui uma ótima química em cena. Duas ótimas surpresas dessa nova leva de atores e atrizes.

O Primeiro Amor é uma obra encantadora e inocente como muitas poucas. É um filme charmoso e delicado que representa da melhor forma possível este gênero que andava cada vez mais esquecido. Depois de alguns anos sem apresentar um bom trabalho, Reiner nos entrega esta pérola que precisa ser vista e revista no decorrer dos anos. Bem-vindo de volta, o Sr. Reiner!