sábado, julho 14, 2012

Review: As Aventuras de Merlin – Season 1 a 4

As Aventuras de Merlin, como ficou conhecida aqui no Brasil pela HBO Family, Sony Spin (se não me engano) e pelo Disney XD, é uma produção britânica pelas mãos do canal de Tv BBC, que conta a história de Merlin, um jovem mago que descobre seus poderes mágicos e se envolve em conflitos com Arthur, quando este ainda não era rei, no reino de Albion, em Camelot numa época em que a pratica da magia é punida com a morte. É destino do jovem Merlin ajudar o príncipe Arthur nas diversas aventuras e perigos que o envolvem, pois quando for rei Arthur criara um reino justo e livre para a boa magia. E até que esse dia chegue Merlin assume o papel de servo, escondendo de todos o seu verdadeiro poder e grandes feitos.

Como sabem a Lenda Arthuriana já foi contada de várias formas, desde uma animação da Disney até a péssima série Camelot, que felizmente já foi cancelada. As Aventuras de Merlin é interessante justamente por ser focada na juventude de Arthur e Merlin. Como o mago descobriu e lidou com seus poderes, o amadurecimento de Arthur até se tornar o grande Rei que viria a ser, assim como também a transformação de Morgana, que passa a ser uma vilã na terceira temporada. Já assistia a série há alguns anos e deveria ter feito uma análise antes, mas só zapeando pela TV, certa tarde, que me deparei com ela sendo exibida na HBO. Então, finalmente, resolvi fazer uma análise da série como um todo, depois de ter (re) assistido alguns principais episódios das quatro temporadas.

Não sou grande fã da primeira temporada, até porque é um introdutório de todos os personagens, suas motivações e características, e também porque a série tem um problema, grave inclusive, que se repete em todas as temporadas: a série enrola demais. Por exemplo: Em um episódio a série introduz uma trama, que é interessante e gera questionamentos sérios, tipo, "o que vai acontecer agora", ou "o que esse personagem irá fazer", mas no próximo episódio parte para outra história, focada em um personagem secundário e que nada acrescenta a história principal da série, depois resolve retomar os acontecimentos do episódio retrasado, perdendo assim uma oportunidade de criar uma trama interessante. E isso se repete durantes todas as quatro temporadas, mas quando os roteirista resolvem se focar na trama principal, acabam gerando episódios interessantes, e são justamente estes episódios que me fazem continuar assistindo a série, afinal, quem não ama e acha interessante a Lenda Arthuriana.
 
As temporadas mais interessantes são a terceira e a quarta e tudo isso graças ao lado negro da Morgana inserido na série no final da segunda temporada. A personagem já era interessante antes por não ser aquela Lady que estamos acostumados a ver em séries ambientadas no passado. Morgana é uma personagem fácil de gostar e torcer nas duas primeiras temporadas, mas também se torna na terceira e quarta aquela vilã que todos amam odiar. Gosto do fato dela ter construído amizades com Merlin e Gwen no passado, e que na sua atual condição de vilã, apesar de não ter certo apreço pela sua ex-amiga, uma vez que esta possa assumir seu lugar, legítimo por sinal, no trono, ainda nutre um sentimento por Merlin, mal explicado na segunda temporada e que se sucede nas demais. Na lenda existem várias versões sobre a personagem e a série parecia seguir primeiramente a dela apaixonada por Arthur, sem que ambos soubessem que eram meio irmãos, mas felizmente não continuou nessa história. Na segunda temporada resolveram seguir a história em que ela possa nutrir, ainda que não sejam claros, sentimentos por Merlin, e acabou que não se tem nenhuma conclusão sobre este arco, que seria interessante, já que Merlin correspondia aos sentimentos da bruxa, e uma vez que ela quer tomar o lugar de Arthur matando-o e Merlin tem que protegê-lo, um romance entre ambos seria bem interessante para melhorar o roteiro da série. Katie McGrath está ótima no papel da bruxa vilã, ainda mais na terceira e quarta temporada, onde ganha mais destaque e fica evidente o talento da atriz.

O Merlin construído pelo jovem ator Colin Morgan é adorável. É bastante interessante acompanhar o crescimento do personagem icônico da Inglaterra tanto como mago quanto como amigo de Arthur, e mais tarde como seu grande conselheiro. Apesar de às vezes o personagem ser vendido e taxado como um “bobão’’ na série, desculpem o linguajar, às vezes mais do que necessário, o personagem foi crescendo no decorrer das temporadas, e acredito que esta característica foi deixada até para mostrar como é a relação dele com Arthur enquanto jovens. Morgan convence no papel, apesar de em certas cenas sua atuação se mostra exagerada, mas depois de algumas temporadas e já confortável no papel, consegue apresentar atuações equilibradas. 

Infelizmente, além de um roteiro com furos, os efeitos especiais chegam a desejar bastante, assim como os da série Smallville. Ambos os defeitos melhoraram na quarta temporada, a minha favorita, mas ainda precisam melhorar, já que em tempos em que presenciamos séries como Game of Thrones e The Walking Dead, não se têm mais desculpas para as séries terem efeitos de segunda mão. O mais legal dessas novas séries britânicas são que elas nos apresentam jovens talentos britânicos, e o acervo cênico jovem do país não fica só conhecido por nomes batidos como as excelentes Carey Mulligan e Keira Knightley e nem pelo mediano Orlando Bloom. Game of Thrones e Downton Abbey, ambas excelentes séries, apresentaram uma quantidade de jovens talentos britânicos que eu espero futuramente estar vendo atuar em muito filmes.

 
Quem gosta, assim como eu da lenda Arthuriana, no momento a série da BBC é a melhor pedida, apesar de apresentar irregularidades no roteiro e com efeitos que chegam a desejar, a série tem seu valor ao apresentar jovens competentes, ao mostrar a mitologia que ronda a lenda Arthuriana e ainda conseguir alternar bem os momentos de comédia com os dramáticos. Não é uma série refinada e obrigatória como Downton Abbey, mas que é bastante divertida para uma sessão da tarde. Vale a pena conferir.

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